quarta-feira, 24 de abril de 2013

General do Brasil é convidado para comandar missão de paz no Congo






Santos Cruz, de 60 anos, foi comandante da missão da ONU no Haiti.


Ele chefiará tropa de imposição da paz que deverá 'neutralizar' rebeldes.

O general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, de 60 anos, foi convidado pela Organização das Nações 

Unidas para comandar a missão de paz no Congo (Monusco), que possui o efetivo de mais de 23,7 mil homens,

 tem caráter de imposição da paz e é a única atualmente com autorização para intervir em um conflito. 

O ministro da Defesa, Celso Amorim, foi informado na manhã desta quarta-feira (24) do convite, que foi feito 

diretamente pela ONU a Santos Cruz em reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo Exército na missão de 

manutenção da estabilidade no Haiti (Minustah), comandada pelo Brasil desde 2004.

Santos Cruz foi o comandante das forças da ONU no Haiti entre 2006 e 2009, chefiando mais de 12 mil homens.


 Ele foi o general brasileiro que mais tempo ficou no posto.

“Recebi o convite e estamos na fase administrativa, em que é necessário o envio de documentação e alguns 

acertos devem ser feitos com o governo brasileiro. O processo ainda está em andamento para oficialização. É 

com honra que pretendo representar o Brasil na missão, pois o convite representa um reconhecimento ao 


trabalho das Forças Armadas brasileiras”, disse Santos Cruz aoG1.

O general Santos Cruz trabalhou no Haiti em conjunto com o representante da ONU na Minustah, o 

guatemalteco Edmond Mulet, no processo de pacificação das regiões mais violentas do país caribenho, como 

Cité Soleil, em que foram necessárias operações robustas para que os capacetes azuis recuperassem áreas

 dominadas por grupos armados.

Atualmente Mulet é subchefe do Departamento de Missões de Paz das Nações Unidas (DPKO). Em setembro 

de 2012, em entrevista exclusiva ao G1 no Rio de Janeiro, Mulet afirmou que havia feito a Amorim o pedido



O processo de negociação para que soldados do Exército integrem a força no Líbano começou em 2013, após a



"É um desafio muito grande. É uma missão extremamente complexa, em um país muito grande e com mais de

 70 milhões de habitantes, rico em recursos naturais e uma história marcada pela violência. O contexto é bem 

diferente do Haiti. A experiência no Haiti vai ajudar, mas é necessário uma percepção dos problemas no 


terreno", disse Santos Cruz ao G1.

Santos Cruz é general de divisão, tendo passado para a reserva do Exército em novembro de 2012, após não ter 

sido promovido à mais alta patente da Força. Atualmente, integra a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE)


 da Presidência da República.

"A decisão da ONU se deve ao conceito do Brasil no exterior. Eu só represento o trabalho que o governo, a 

diplomacia e a defesa brasileira estão fazendo", acrescentou ele.

ONU quer 'neutralizar' rebeldes


O conflito no Congo teve início após o genocídio em Ruanda, em 1994, segundo a ONU, e em seu período mais 


sangrento, entre 1996 e 2003, teria resultado em 4 milhões de mortes.

Desde então, diversos grupos rebeldes se ramificaram pelo país. O maior deles é o Movimento 23 de Março

 (M23), formado por ex-militares e que, em 2012, tomou o controle de diversas áreas do país. Desde julho de 


2010, quando a missão foi criada, 55 soldados da ONU morreram em ataques rebeldes.

Em 28 de março de 2013, uma resolução do Conselho de Segurança, em uma situação inédita na história da 

ONU, deu à Monusco um mandato para ocupar territórios dominados por grupos rebeldes, em especial o M23,

 acusado de ataques contra a população, abusos aos direitos humanos, exploração sexual e violação ao direito

 internacional. A ONU determinou que fosse adicionada à tropa atual no terreno uma “brigada de intervenção”, 

que terá três batalhões de infantaria, uma artilharia e uma companhia de Forças Especiais.

O objetivo da tropa será “neutralizar” os grupos armados no país, tendo direito a usar “todos os meios 

necessários” para recuperar as áreas dominadas pelos rebeldes, prendê-los e garantir a paz. A missão tem 


caráter ofensivo e pró-ativo e foi criticada por rebeldes disseram que a ONU estava perdendo a imparcialidade.

No mandato da Monusco que criou a brigada de internveção, o Conselho de Segurança diz que o caso tem 

"base excepcional", "não cria precedente" e também não prejudica os princípios que gerem as missões de paz.


Dr.Valdirlei Martinghi ( Pr Lico )
www.prlico.blogspot.com

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